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segunda-feira, 19 de julho de 2010

BALNEÁRIO VENEZA - A MENINA DOS OLHOS DE CAXIAS

INESQUECIVÉL "TIA FILÓ"

FILOZINHA FALAVA FORTE A VOZ DO MARANHÃO

Nossa Poeta Filozinha, falava de tudo do Maranhão.
A amiga tão mãezinha, falava a luta e insurreição.
Nos lembrava a Balaiada, falava do povo lutador.
Educadora consagrada, falava forte e com amor.

De Caxias Professora, falava do Morro do Alecrim.
Na História uma Doutora, falava tim tim por tim tim.
Fatos e lendas lembrava, falava todo acontecido.
Todo seu povo exaltava, no mais Justo e merecido.

Filozinha era animada, nos falava da imensidão.
Coisas na mente guardada, e também do coração.
A Escravidão foi danada, o povo humilde foi valente.
Tanto heroísmo contava, com amor por nossa gente.

Filozinha tão Morena, a mulher linda era povão.
Da ambição mais pequena, queria Paz e comunhão.
Era de ao próximo amor, falava de boa vontade.
Falava do trabalhador, poetizava amor e dignidade.

Filozinha faladeira, que nos falava toda verdade.
Santa Mulher tão verdadeira, falava da liberdade.
Magnífica a sua alegria, nos rezava a sua oração.
Tinha toda Maestria, falava e fazia a boa ação.

Respeitável Filozinha, mulher linda jóia em tela.
Inesquecível Sinhazinha, linda como uma aquarela.
Tão querida e popular, falava com desprendimento.
Filozinha só a ensinar, Sabedoria e encantamento.

Abençoada Conceição, e São José Tão querido.
Filozinha era o Maranhão, a terra e o povo bendito.
Cada um sendo atendido, por Deus na crença e ideário.
Bento é São Benedito, com Pretos Velhos do Rosário.

Nos despertando toda fé, maravilhosa tão bela.
A Senhora de Nazaré, tá na Igreja da Trezidela.
E Filozinha nos dizia, pra com amor tudo cuidar.
Deus fez a luz do dia, e vê quem que é de amar.

Azuir Filho e Turmas: do Social da Unicamp e de Amigos:
De Rocha Miranda, Rio RJ e de Mosqueiro, Belém, PA.

Poesia de Homenagem a Mulher Filomena de Caxias do Maranhão. A Filozinha Professora tão famosa e querida por todos devido a sua simpatia, beleza e feminilidade, a Filozinha Fenômeno, Mulher muito a frente do seu tempo elevou ao máximo a qualidade da Educação do Município de Caxias do Maranhão, amava os alunos e era amada e, no transcender de sua ação, colocou a Educação atuando unida a outras áreas como, fazendo Grupos de Alunos visitarem entidades e Empresas Estaduais e ou Federais como o DNER para conhecerem as importantes áreas responsável pelas Estradas e ou pelos Serviços no Município e, inclusive foi decisiva no projeto da participação dos Médicos Cubanos na Saúde com melhor atendimento a Saúde no no Município, com a diminuição de doenças e mortes. Filozinha conhecia o Maranhão todinho, Fazia Palestras de Educação.
Filozinha era uma Poetisa como Gonçalves Dias, o filho maior de Caxias do Maranhão, era o Orgulho da sua gente pois tinha o Dom da palavra e a sua fala era como uma oração que saia direto do coração e seus conterrâneos apaixonados diziam amem, de alegria, satisfação e fascínio. Filozinha formava Grupos de Culinária e de Corte e Costura para que todas as Mulheres dominassem muitas Artes e elevassem seu valor próprio. Filozinha não era política mas se expressava com claro entendimento para todas as camadas e se tornava unanimidade no município conseguindo sempre nestes eventos as obra de recuperação das Escolas, Ruas, Pontes, Praças e do Hospital. Apaixonada por sua Caxias do Itapecuru e virou uma lenda com a sua Fala Bonita e Forte. O povo pedia para ela falar e... Filozinha Falava Forte.
Sobre a obra
Obra de louvação a Filozinha, Poetisa, Professora, Religiosa e Mulher muito popular e atuante em sua terra, Caxias do Maranhão. Era uma digna representante do Povo na área da Educação onde por seu talento e simpatia sobrepunha a área Política e dava um cunho mais popular e agradável aos eventos, superando o ranço antipático dessas solenidade, Filozinha era graciosa na fala como o Poeta Gonçalves Dias, e esses Encontros Políticos ela transformava numa festa do povo do Município. Caxias tem Tradição de um povo Bom das Letras e a poesia ronda nas relações, lá os sonhos são mais sonhos, Filozinha era graciosa no falar e aproveitava tudo como Educação, o tempo todo carinhosamente estava colocando todo mundo nos eixos melhorando o resultado da Educação. Filozinha conseguia os atendimentos em Segurança, Saúde e melhorias para a Cidade. Foi liderança da Igreja e da Administração Pública. Filozinha Falava Forte.

informações
Autoria
Azuir Filho e Turmas: do Social da Unicamp e de Amigos:
De Rocha Miranda, Rio RJ e de Mosqueiro, Belém, PA.
azuirfilho@superig.com.br
azuirferreiratavares@gmail.com
Ficha técnica
Louvor a Filozinha uma Poeta Inigualável de Caxias do Maranhão Graciosa no falar, Professora de muitas Disciplinas de humanas e de Linguagem, falava com beleza sem igual, encantava os auditórios as reuniões e os eventos, roubava a cena dos políticos e fazia tudo ser melhor. Uma Poeta Idolatrada.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

MESTRE ENSINA O SONHO

A mediação pedagógica, isto é, a comunicação que promove o conhecimento, encontra-se dentro do mestre e foi construída em seu estado mais puro, a relação é sentida como chave.

O mestre é democrático, tem prazer com a palavra e o silêncio, com a reflexão e a intuição.

O mestre pulsa. O mestre fala baixo, mas às vezes grita, é meio louco mesmo, e esta loucura que há de saber decifrar-se. O mestre é sereno e semeia a paz.
Também o mestre arde, empurra a máquina do mundo e do tempo, revela a face esquecida, expõe raízes e cicatrizes maquiadas.

O mestre fala claro.O mestre é inquieto por dentro, quer transformar porque percebe a mudança e seu efeito benéfico. Ele aproxima-se dos outros e os outros dele. O mestre presta atenção em tudo e em todos. Ao mesmo tempo.

O mestre ouve o coração.O mestre gosta de ler, ler tudo de todas as formas. Lê com os olhos, mão, pé, boca, nariz, imaginação... O mestre gosta de escrever, plantar, cozinhar, brincar, preparar, regar, cuidar, arrumar, limpar, pintar, amar e muitas outras ações que faz cotidianamente. Ele une o trabalho ao prazer, a ética à estética.

O mestre tem utopias, vê o invisível, lembra-se do que não sabe.

O mestre é um ser profético.

O mestre age.

O mestre ensina o sonho.

O mestre cuida dos outros, namora a vida e se encanta com sua beleza.

O mestre encantado fica rindo, desfrutando um sabor novo. O mestre é aprendiz.


Guilherme Blauth, 2000

terça-feira, 13 de julho de 2010

A VIDA É UMA ESTRADA

NÃO DESSISTA DO BEM

CAXIAS-MA TERRA QUERIDA - EU AMO CAXIAS

CAXIAS-MA PRINCESA DO SERTÃO

HISTÓRIA DA CIDADE
Caxias originou-se de um aglomerado de aldeias dos índios Timbiras e Gamelas, que ali se fixaram fugindo à perseguição do colonizador português. Fala-se, também, da ocupação das terras por um fazendeiro e de que em torno da fazenda teria se formado um arraial. As controvérsias são muitas, pois praticamente toda a documentação sobre a origem da cidade foi destruída durante a guerra da Balaiada. Os focos de ocupação indígena deram-se, às margens do rio Itapecuru, sendo unificados, depois, pelos jesuítas que vieram da região do São Francisco, povoando São José das Aldeias, atual bairro da Tresidela. A denominação da cidade de Caxias foi uma homenagem à linda quinta real do Marquês de Pombal, antiga residência dos reis de Portugal. Ficou sendo Caxias das Aldeias Altas, mais tarde reduzida a Caxias. Esta palavra tem origem no nome ‘Cachia”, flor do arbusto chamado “Corona Christ”. O vocábulo deriva de cacho, antigamente escrito “Cachias”. A evolução histórica de Caxias registra-se muito antes dela ser Vila, pois, em 1796, era ponto central de comunicação entre as capitanias do Ceará, Pernambuco, Bahia e o vasto sertão. Os jesuítas, com seus trabalhos catequéticos, conseguiram socializar e juntar as aldeias abandonadas, e em 1812 tornou-se Vila, época em que foram edificadas as igrejas de Nossa senhora da Conceição e de São José e, mais tarde, a de São Benedito. Um dos fatos marcantes na evolução de Caxias foi a luta pela adesão à Independência, quando as tropas comandadas pelo major Salvador Cardoso de Oliveira e por João da Costa Alecrim, bateram as tropas comandadas pelo militar português, João da Cunha Fidiê. Na ocasião das lutas pela independência, Caxias era a vila mais importante da província do Maranhão. A maior revolução maranhense (1838/41) teve seu ápice no Morro do Alecrim, antigo Morro das Tabocas. Foi no Quartel General ali localizado, após derrotar os rebeldes da Balaiada, que Luís Alves de Lima e Silva foi agraciado pelo Imperador com título honorífico de Barão de Caxias, Marquês e ,finalmente, depois de muitas glórias na Guerra do Paraguai, elevado a Duque. A guerra chamou-se Balaiada devido a um dos chefes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, ter a alcunha de “Balaio” (balaio-cesto fabricado com talas de taquara, cipó ou bambu). A Balaiada teve sua origem numa escaramuça de tropeiros e soldados de polícia na longínqua Vila das Mangas do Iguará, próximo a vargem Grande, e estendeu-se por quase todo o interior do Maranhão, envolvendo cerca de 10mil homens. Os balaios ocuparam cidades importantes como Caxias, que era rica, populosa, grande empório comercial e localizada em posição estratégica. Na análise do historiador maranhense Carlos Lima, a Balaiada “ foi um grande e formidável desabafo contra a polícia a serviço do Coronel, contra o feitor cruel e subserviente”.
Significado do Nome

Aniversário da Cidade
1º de Agosto
CARACTERÍSTICAS
Clima
Equatorial
Temperatura Média
26,7° C
COMO CHEGAR
Partindo de São Luiz: BR-316
Localização
Município da Região dos Cocais no Estado do Maranhão
Limites
Timon, Codo, Coelho Neto, São João do Soter, Teresina.
Acesso Rodoviário
BR-135, BR-101, BR-316

Distâncias
371 km da Capital
TURISMO
Principais Pontos Turísticos
Praça Magalhães de Almeida ( Praça da Catedral
Ruínas da Balaída
Localizado no no Morro do Alecrim, foi antigo quartel de polícia, que abrigou as tropas do português José da Cunha Fidié e de Duque de Caxias.
Balneário Veneza
A menina dos olhos dos caxiense, aqui minam no solo pequenas fontes de águas mimerais e existe lagos com lamas medicinais, cientificamente compravado por pesquisadores franceses.
Centro de Cultura
Localizado à Praça do Pantheon, funciona desde 1976 - quando foi restaurado pelo gopverno federal, no prédio da antiga Companhia Textil Caxiense.
Morro do Alecrim
De onde se tem uma bela vista panorâmica da cidade. Palco das duas maiores batalhas do município: a da Independência e a Balaiada. No local encontram-se instalados a Univerdade Estadual do Maranhão - UEMA e o Museu da Balaíada.
Prefeitura
Inaugurado em 1922 abrigava o antigo Mercado Central da cidade, o prédio conserva sua fachada original(que historiadores supõe que o projeto do prédio foi feito feito por Duque de Caxias, após a Guerra da Balaída, para servir de quartel) o local foi reformado, passando a ser a sede do Governo Municipal
Estação Ferroviária

E. F. Caxias a Cajazeiras (1895-1919)
E. F. São Luiz-Teresina (1919-1975)
RFFSA (1975-1997)
CAXIAS
Município de Caxias, MA
Linha tronco - km 372,642 (1960) MA-3678
Inauguração: 05.04.1895
Uso atual: n/d com trilhos
Data de construção do prédio atual: c.1915

HISTÓRICO DA LINHA: A E. F. São Luiz-Teresina foi aberta em seu primeiro trecho em 1895, ligando Caxias a Cajazeiras (Flores). Em 1919 foi aberto outro trecho, São Luiz-Caximbos, prolongado em 1920 até Caxias. Somente em 1938 os trilhos chegaram a Teresina, com a abertura da ponte sobre o rio Parnaíba. Trens de passageiros rodaram até o ano de 1991 pela linha. Cargueiros trafegam por ela até hoje.

A ESTAÇÃO: A estação de Caxias foi inaugurada em 1895. A estação construída nos anos 1910, quando a ligação de Caxias a São Luiz foi posta em tráfego. O antigo pátio, que possuía duas casinhas, hoje está abandonado. A casinha para trens de carga não mais existe. A casinha já foi demolida.

CAXIAS-MA - A PRINCESINHA DO SERTÃO, TERRA DE MAGIA E GRANDES AMORES, BERÇO DE GRANDES POETAS

PROJETO DE LEITURA



U. E. “Dr ACHILES CRUZ”


PROJETO DE LEITURA

Verlanda Maria Gonçalves Belo


1- JUSTIFICATIVA

As relações escola-familia-comunidade sempre foram marcadas pela frieza e distanciamento. A comunidade não se envolve muito na vida da escola e vice-versa. Observa-se a cada dia o quão é preciso reconstruir o papel da escola perante sua clientela e perante a comunidade na qual está inserida.
em face dessa realidade foi idealizado este projeto, com o objetivo de incentivar a prática de leitura por lazer, levando à comunidade a mais ampla variedade de texto possivel, estimulando o debate de temas como cidadania, identidade pessoal, comunidade, meio ambiente. O projeto abrange diferentes faixas etárias, diferentes níveis de escolaridade e a diversidade cultural. Precisamos ser utópicos, porque os sonhos podemnos levar aos melhores dias. Sonhar é acreditar na vida.
Compreende-se, portanto, que é imprescendivel enxergar com novos olhos o verdadeiro, o universo mágico e encantador do livro e, consequentemente, entendendo-se aí, todo o prazer e vida proporcionado pela leitura.



2- PÚBLICO ALVO

O projeto visa atender os alunos que não dominam o código, dominam o código mas não atribuem sentido ao que leem, que já desenvolveram alguma competencia de leitura, mas não adquiriram o hábito e/ou prazer pela leitura, do JARDIM DE INFANCIA LUCRECIA CARNEIRO e do CCI( Centro de Convivência dos Idosos) Cangalheiro. Além disso, outra faceta do projeto é a estruturação da auto-estima, às vezes perdida ou fragilizada nas pessoas oriundas de segmentos sociais e economicamente menos favorecidos.
Além desses, outro segmento contemplado são os idosos, em sua grande maioria analfabetos, porém detentores de uma sabedoria popular valoroza, poque é pautada na leitura do mundo que sempre precede a leitura da palavra, conforme Paulo Freire.


3- OBJETIVOS 3.1- OBJETIVO GERAL
  • Desenvolver leituras em contextos diferentes dos da escola, nos quais os alunos possam ter uma relação mais livre, pessoal e afetiva com as mais diversas modalidades de textos, e formarem-se como leitores e escritores autônomos.

3.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
  • Formar alunos multipĺicadores de leitura;
  • Estimular a leitura por prazer, por meio de atividades lúdicas e criativas;
  • Fomentar o gosto pela leitura, em educadores e alunos, implementando práticas leitoras ricas e diversificadas;
  • Tornar a relação escola-comunidade mais próxima e prazerosa;
  • Desenvolver habilidades linguísticas: falar, escutar, ler e escrever;
  • Valorizar as produções textuais dos alunos.


4- METODOLOGIA

Sabe-se que a leitura constitui um dos instrumentos de extrema importância e necessário para o individuo compreender o mundo. Compreendendo que a parendizagem é algo que deve ser construido socialmente, esse projeto utilizara:

Oficinas com os alunos de 5ª e 6ª série do turno matutino, com a finalidade de trabalhar o acervo literário, bem como, estratégis de leitura;
Visitas às Instituições para divulgação do projeto;
Elaboração das leituras perfermáticas nas Instituições informadas;
Escritura de textos dos alunos, expondo a experiência vivenciada.




5- CRONOGRAMA

DIAS

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

02 à 10/08/10

Oficinas com os alunos.

13/08/10

Visita às Instituições e apresentação do projeto.

16 à 27/08/10

Execução do projeto.

30/08/10

Avaliação


6- AVALIAÇÃO

A avaliação levará em conta a participação e envolvimento com atividades propostas durante as oficinas e as visitas realizadas nas Instituições. A produção textual dos alunos será avaliada tanto do ponto de vista da experiência adquirida como do ponto de vista gramatical.

FIQUE DE OLHO - PATATIVA DO ASSARÉ

Patativa do Assaré era o nome artístico (pseudônimo) de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré (estado do Ceará). Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina.
Dedicou sua vida a produção de cultura popular (voltada para o povo marginalizado e oprimido do sertão nordestino). Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se considerou um cordelista.

Sua vida na infância foi marcada por momentos difíceis. Nasceu numa família de agricultores pobres e perdeu a visão de um olho. O pai morreu quando tinha oito anos de idade. A partir deste momento começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família.

Foi estudar numa escola local com doze anos de idade, porém ficou poucos meses nos bancos escolares. Nesta época, começou a escrever seus próprios versos e pequenos textos. Ganhou da mãe uma pequena viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz, passou a escrever e cantar repentes e se apresentar em pequenas festas da cidade.

Ganhou o apelido de Patativa, uma alusão ao pássaro de lindo canto, quando tinha vinte anos de idade. Nesta época, começou a viajar por algumas cidades nordestinas para se apresentou como violeiro. Cantou também diversas vezes na rádio Araripe.

No ano de 1956, escreveu seu primeiro livro de poesias “Inspiração Nordestina”. Com muita criatividade, retratou aspectos culturais importantes do homem simples do Nordeste. Após este livro, escreveu outros que também fizeram muito sucesso. Ganhou vários prêmios e títulos por suas obras.

Patativa do Assaré faleceu no dia 8 de julho de 2002 em sua cidade natal.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Triste Partida

Setembro passou, com oitubro e novembro
Já tamo em dezembro.
Meu Deus, que é de nós?
Assim fala o pobre do seco Nordeste,
Com medo da peste,
Da fome feroz.
A treze do mês ele fez a experiença,
Perdeu sua crença
Nas pedra de sá.
Mas nôta experiença com gosto se agarra,
Pensando na barra
Do alegre Natá.
Rompeu-se o Natá, porém barra não veio,
O só, bem vermeio,
Nasceu munto além.
Na copa da mata, buzina a cigarra,
Ninguém vê a barra,
Pois barra não tem.
Sem chuva na terra descamba janêro,
Depois, feverêro,
E o mêrmo verão
Entonce o rocêro, pensando consigo,
Diz: isso é castigo!
Não chove mais não!
Apela pra maço, que é o mês preferido
Do Santo querido,
Senhô São José.
Mas nada de chuva! ta tudo sem jeito,
Lhe foge do peito
O resto da fé.
Agora pensando segui ôtra tria,
Chamando a famia
Começa a dizê:
Eu vendo mau burro, meu jegue e o cavalo,
Nós vamo a São Palo
Vivê ou morrê.
Nòs vamo a São Palo, que a coisa tá feia;
Por terras aleia
Nós vamo vagá.
Se o nosso destino não fô tão mesquinho,
Pro mêrmo cantinho
Nós torna a vortá.
E vende o seu burro, o jumento e o cavalo,
Inté mêrmo o galo
Vendêro também,
Pois logo aparece feliz fazendêro,
Por pôco dinhêro
Lhe compra o que tem.
Em riba do carro se junta a famia;
Chegou o triste dia,
Já vai viajá.
A seca terrive, que tudo devora,
Lhe bota pra fora
Da terra natá.
O carro já corre no topo da serra.
Oiando pra terra,
Seu berço, seu lá,
Aquele nortista, partido de pena,
De longe inda acena:
Adeus, Ceará!
No dia seguinte, já tudo enfadado,
E o carro embalado,
Veloz a corrê,
Tão triste, o coitado, falando saudoso,
Um fio choroso
Escrama, a dizê:
- De pena e sodade, papai, sei que morro!
Meu pobre cachorro,
Quem dá de comê?
Já ôto pergunta: - Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato,
Mimi vai morrê!
E a linda pequena, tremendo de medo:
- Mamãe, meus brinquedo!
Meu pé fulô!
Meu pé de rosêra, coitado, ele seca!
E a minha boneca
Também lá ficou.
E assim vão dexando, com choro e gemido,
Do berço querido
O céu lindo e azu.
Os pai, pesaroso, nos fio pensando,
E o carro rodando
Na estrada do Su.
Chegaro em São Paulo - sem cobre, quebrado.
O pobre, acanhado,
Percura um patrão.
Só vê cara estranha, da mais feia gente,
Tudo é diferante
Do caro torrão.
Trabaia dois ano, três ano e mais ano,
E sempre no prano
De um dia inda vim.
Mas nunca ele pode, só veve devendo,
E assim vai sofrendo
Tormento sem fim.
Se arguma notícia das banda do Norte
Tem ele por sorte
O gosto de uvi,
Lhe bate no peito sodade de móio,
E as água dos óio
Começa a caí.
Do mundo afastado, sofrendo desprezo,
Ali veve preso,
Devendo ao patrão.
O tempo rolando, vai dia vem dia,
E aquela famia
Não vorta mais não!
Distante da terra tão seca mas boa,
Exposto à garoa,
À lama e ao paú,
Faz pena o nortista, tão forte, tão bravo,
Vivê como escravo
Nas terra do su.

Bom Dia, Todas as Cores!

Meu amigo Camaleão acordou de bom humor.
- Bom dia, sol, bom dia, flores,
bom dia, todas as cores!

Lavou o rosto numa folha
Cheia de orvalho, mudou sua cor
Para a cor-de-rosa, que ele achava
A mais bonita de todas, e saiu para
O sol, contente da vida.

Meu amigo Camaleão estava feliz
Porque tinha chegado a primavera.
E o sol, finalmente, depois de
Um inverno longo e frio, brilhava,
Alegre, no céu.
- Eu hoje estou de bem com a vida
- Ele disse. - quero ser bonzinho
Pra todo mundo...

Logo que saiu de casa,
O Camaleão encontrou
O professor pernilongo.
O professor pernilongo toca
Violino na orquestra
Do Teatro Florestal.
- Bom dia, professor!
Como vai o senhor?
- Bom dia, Camaleão!
Mas o que é isso, meu irmão?
Por que é que mudou de cor?
Essa cor não lhe cai bem...
Olhe para o azul do céu.
Por que não fica azul também?

O Camaleão,
Amável como ele era,
Resolveu ficar azul
Como o céu da primavera...

Até que numa clareira
O Camaleão encontrou
O sabiá-laranjeira:
- Meu amigo Camaleão,
Muito bom dia e você!
Mas que cor é essa agora?
O amigo está azul por quê?

E o sabiá explicou
Que a cor mais linda do mundo
Era a cor alaranjada,
Cor de laranja, dourada.

Nosso amigo, bem depressa,
Resolveu mudar de cor.
Ficou logo alaranjado,
Louro, laranja, dourado.
E cantando, alegremente,
Lá se foi, ainda contente...


Na pracinha da floresta,
Saindo da capelinha,
Vinha o senhor louva-a-deus,
Mais a família inteirinha.
Ele é um senhor muito sério,
Que não gosta de gracinha.
- bom dia, Camaleão!
Que cor mais escandalosa!
Parece até fantasia
Pra baile de carnaval...

Você devia arranjar
Uma cor mais natural...
Veja o verde da folhagem...
Veja o verde da campina...
Você devia fazer
O que a natureza ensina.

É claro que o nosso amigo
Resolveu mudar de cor.
Ficou logo bem verdinho.
E foi pelo seu caminho...

Vocês agora já sabem como era o Camaleão.
Bastava que alguém falasse, mudava de opinião.
Ficava roxo, amarelo, ficava cor-de-pavão.
Ficava de toda cor. Não sabia dizer NÃO.

Por isso, naquele dia, cada vez que
Se encontrava com algum de seus amigos,
E que o amigo estranhava a cor com que ele estava...
Adivinha o que fazia o nosso Camaleão.
Pois ele logo mudava, mudava para outro tom...

Mudou de rosa para azul.

De azul para alaranjado.

De laranja para verde.

De verde para encarnado.

Mudou de preto para branco.

De branco virou roxinho.

De roxo para amarelo.
E até para cor de vinho...

Quando o sol começou a se pôr no horizonte,
Camaleão resolveu voltar para casa.
Estava cansado do longo passeio
E mais cansado ainda de tanto
mudar de cor.
Entrou na sua casinha.
Deitou para descansar.
E lá ficou a pensar:
- Por mais que a gente se esforce,
Não pode agradar a todos.
Alguns gostam de farofa.
Outros preferem farelo...
Uns querem comer maçã.
Outros preferem marmelo...
Tem quem goste de sapato.
Tem quem goste de chinelo...
E se não fossem os gostos,
Que seria do amarelo?

Por isso, no outro dia, Camaleão levantou-se
Bem cedinho.
- Bom dia, sol, bom dia, flores,
Bom dia, todas as cores!

Lavou o rosto numa folha
Cheia de orvalho,
Mudou sua cor para
A cor-de-rosa, que ele
Achava a mais bonita
De todas, e saiu para
O sol, contente
Da vida.

Logo que saiu, Camaleão encontrou o sapo cururu,
Que é cantor de sucesso na Rádio Jovem Floresta.
- Bom dia, meu caro sapo! Que dia mais lindo, não?
- Muito bom dia, amigo Camaleão!
Mais que cor mais engraçada,
Antiga, tão desbotada...
Por que é que você não usa
Uma cor mais avançada?

O Camaleão sorriu e disse para o seu amigo:
- Eu uso as cores que eu gosto,
E com isso faço bem.
Eu gosto dos bons conselhos,
Mas faço o que me convém.
Quem não agrada a si mesmo,
Não pode agradar ninguém...
E assim aconteceu
O que acabei de contar.
Se gostaram, muito bem!
Se não gostaram, AZAR!

Casos Reais de relatos sobre o comportamento infantil

Para ser lido e comentado em reunião de Círculo de Pais e Professores.
O cuidado exagerado com os filhos pode ter efeitos colaterais graves...
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"Venha meu filho. Como estava chovendo vim no meu carro buscá-lo. Já passa das dez horas".
O rapaz olhou encabulado para a mãe e para seus amigos. Meio desajeitado, nem sequer tentou resistir: olhou ao redor sem encarar os seus colegas e disse um "bem, acho que vou saindo..." e depois, quase à porta: "bem, boa noite"; encolheu-se dentro do grande carro negro reluzente que o esperava à saida, debaixo dos olhares cruzados de todos.
Os comentários ficaram na penalizada troca de olhares dos que assistiram à cena, já tão repetida, um como "que fazer"? diante da respeitável dama que teima em tratar um rapaz de 22 anos como se fora uma criança. Mas alguém apreensivo com o destino do amigo tiranizado, pouco depois, chegou a me dezer: "Aquele que saiu é meu colega desde a escola primária. Nunca comprou uma camisa, nem escolheu uma roupa. A mãe o leva e o vai buscar a qualquer festa, a qualquer lugar ou a qualquer parte. Se ela está presente e alguém lhe oferece um sorvete ou uma bebida, ele não é capaz de dizer sim ou não sem antes buscar ansioso um olhar aprovador ou desaprovador da sua mãe. Tenho pensado muito no que será dele quando ela se ausentar. E, entretanto, uma grande responsabilidade o espera: ele terá que dirigir, um dia, uma grande empresa. É um ótimo rapaz, mas como se arranjará se nem sequer aprendeu a dirigir a si mesmo?"
E continuou: "Acho que um invisível cordão umbilical ainda o liga intimamente à sua genitora. Mesmo na sua ausência parece ser comandado pela "central" materna a distância. Todos sentem isso e um amigo comum, mordaz e irreverente, chegou a sugerir, numa comparação de péssimo gosto, que aquilo parecia uma "Mamãe-Patrulha", explicando: "é que a mãe o escolta, o protege e o guia". Ninguém achou graça e todos nós, que o estimamos, sentimos maior ainda a amargura dessa vida cingida à saia materna".
O desabafo me fez deter a atenção naquele grupo. Todos eram rapazes bem-nascidos e bem-criados. Nenhum deles pertencente ao clã dos "bons moços" arruaceiros ou dos grã-finos acaba festas coisa tão comum na classe média alta hoje em dia.
Nenhum deles tinha bebido demais, nem o lugar era "impróprio": comemorava-se com refrigerantes e sucos o aniversário dum jovem químico de 23 anos, recém-graduado, na casa da sua própria família, tudo na mais perfeita ordem.
Mas como em qualquer parte um relógio já tinha batido dez horas e estava chovendo, uma mãe muito extremosa cuidou que o seu filhinho de 22 anos (um metro e oitenta de altura e 90 quilos de peso) poderia perder-se ou molhar a sola dos sapatos ou, quem sabe, (na melhor das hipóteses) contrair... um resfriado? Não era possível expor assim o frágil donzelo à insídia daquela noite marcada por chuviscos enervantes, ruas empoçadas, céu sem estrelas.
************
Meu jovem amigo, a sua apreciação sobre o futuro do seu colega é deveras preocupante. Receio, com você, que se ele tiver um dia de se pôr à frente de qualquer organização e lhe faltar a assistência materna... "poderá até morrer de sede se alguém não lhe disser que pode beber água" (não, não penso que chegue a tanto...)"
"Que fazer?"
Bem, creio que o pior já foi feito. Ele está tão "trabalhado" pelo exclusivismo materno que difícilmente se recuperará. Morta a sua mãe, ele, por um mecanismo psicológigo demasiado conhecido, procurará substituí-la ansiosamente, casando-se com uma mulher de temperamento igualmente autoritário que, governando-o nos menores gestos, lhe fará voltar à calma e única forma de vida que conhece: a vida dirigida pela mulher-mãe, que será, então, a esposa-mãe. Jamais será chefe de qualquer coisa, nem mesmo da sua própria família, pois casando será apenas uma espécie de "príncipe-consorte", e por favor não faça trocadilho, você aí.
"Não poderia o senhor dizer alguma coisa coisa a esse respeito, à mãe do rapaz, sim?"
Temo que ela não pudesse compreender mas, mesmo que entendesse, ela própria, a esta altura, teria grandes dificuldades para modificar-se. Quanto ao filho, o seu estilo de vida já o selou com endereço registrado. É um caso difícil.
A sua mãe o criou "para si" e não para a sociedade. O belo rapaz foi reduzido à condição de simples autômato, manobrado pelo seu capricho hoje, amanhã por um sub-rogado materno, por uma "substituta" da mãe, pelo "poder" materno projetado noutra mulher que lhe suceder. Em tempo algum lhe foi permitido tomar qualquer iniciativa. Não lhe concederam, sequer, uma oportunidade de decidir por si mesmo.
Nunca lhe ensinaram a guiar-se, nem a saber escolher, nem mesmo o consultaram quando decidiram a sua futura carreira.
Creio, meu amigo, que o seu colega e a sua excelentíssima mãe sejam casos sem jeito. Ensinar à ela, aos quase cinqüenta anos, como educar os filhos, pouco lhe poderá aproveitar. Ensinar a ele, aos vinte e dois, o que lhe deveria ser ensinado desde os quatro anos de idade, será pesado encargo.
Mas se esta nossa conversa fosse escutada por uma jovem mãe com tendências semelhantes, bem, neste caso, quem sabe se as nossas palavras não lhe fariam meditar sobre as funestas consequências desse "mãezismo" férreo e emasculante?
Sim, quem sabe...?
________________________________________

Fonte: Prof. Gonçalves Fernandes
Da Faculdade de Ciências Médicas - Chefe da Seção da Ortofrenia e Higiene Mental do Depto. de Saúde Pública de Pernambuco.
Para a Revista do Ensino - Porto Alegre - Brasil.

As Formigas e o Gafanhoto

Num brilhante dia de outono, uma família de formigas se apressava para aproveitar o calor do sol, colocando para secar, todos os grãos que haviam coletado durante o verão. Então um Gafanhoto faminto se aproximou delas, com um violino debaixo do braço, e humildemente veio pedir um pouco de comida.

As formigas perguntaram surpresas: "Como? Então você não estocou nada para passar o inverno? O que afinal de contas você esteve fazendo durante o último verão?"

E respondeu o Gafanhoto: "Não tive tempo para coletar e guardar nenhuma comida, eu estava tão ocupado fazendo e tocando minhas músicas, que sequer percebi que o verão chegava ao fim."

As Formigas encolheram seus ombros indiferentes, e disseram: "Fazendo música, todo tempo você esteve? Muito bem, agora é chegada a hora de você dançar!"
E dando às costas para o Gafanhoto continuaram a realizar o seu trabalho.
Autor: Esopo
Moral da História:
Há sempre um tempo para o trabalho, e um tempo para a diversão.

O MENINO BULIÇOSO

Um menino exercitando sua curiosidade dentro de casa...

NO SILÊNCIO DA NOITE

À noite, quando todos dormem, lá fora, pelos becos escuros e ruas desertas, coisas misteriosas acontecem.

O LOBISOMEM

Diz a lenda que, quando uma mulher tem 7 filhas e o oitavo filho é homem, esse menino será um Lobisomem. Também o será, o filho de mulher amancebada com um Padre.
Sempre pálido, magro e orelhas compridas, o menino nasce normal. Porém, logo que ele completa 13 anos, a maldição começa.
Na primeira noite de terça ou sexta-feira, depois do aniversário, ele sai e vai até uma encruzilhada. Ali, no silêncio da noite, se transforma em Lobisomem pela primeira vez e uiva para a lua.
Daí em diante, toda terça ou sexta-feira, ele corre pelas ruas ou estradas desertas com uma matilha de cães no seu encalço. Nessa noite, ele visita 7 partes da região, 7 pátios de igreja, 7 vilas e 7 encruzilhadas. Por onde passa, açoita os cachorros e apaga as luzes das ruas e das casas, enquanto uiva de forma horripilante pro alto.
Antes do Sol nascer, quando o galo canta, o Lobisomem volta ao mesmo lugar de onde partiu e se transforma outra vez em homem. Quem estiver no caminho do Lobisomem, nessas noites, deve rezar três Ave-Marias para se proteger.
Para quebrar o encanto, é preciso chegar bem perto, sem que ele perceba, e bater forte em sua cabeça. Se uma gota de sangue do Lobisomem atingir a pessoa, ela também vira Lobisomem.

A cabra Cabriola

A Cabra Cabriola era uma espécie de Cabra, meio bicho, meio monstro. Sua lenda em Pernambuco é do fim do século XIX e início do século XX. Ocorre também outros estados.
xx
Era um Bicho que deixava qualquer menino arrepiado só de ouvir falar. Soltava fogo e fumaça pelos olhos, nariz e boca. Atacava quem andasse pelas ruas desertas nas noites de sexta. Mas, o pior era que a Cabriola entrava nas casas, pelo telhado ou porta, à procura de meninos malcriados e travessos, e cantava mais ou menos assim, quando ia chegando:
xxxx
Eu sou a Cabra Cabriola
Que como meninos aos pares
Também comerei a vós
Uns carochinhos de nada...
xxxx
As crianças não podiam sair de perto das mães, ao escutarem qualquer ruído estranho perto da casa. Podia ser qualquer outro bicho, ou então a Cabriola, assim era bom não arriscar. Astuta como uma Raposa e fétida como um bode, assim era ela.
xxxx

sábado, 10 de julho de 2010

CONTINUE A HISTORIA

“Paula considerava-se uma adolescente feliz e popular. Até o dia em que sua família resolveu mudar-se para o interior por causa do trabalho de seu pai. E não adiantou ela reclamar, gritar, espernear, fazer chantagens de todos os tipos, nada funcionou: em poucos dias viu-se sem amigas, sem namorado, sem shopping. Mas estes eram problemas irrisórios perto dos quais ela iria passar em sua nova casa, conhecida pelos moradores locais como ‘A Casa da Velha Louca’, um lugar onde no passado ocorrera uma misteriosa tragédia. A casa de dois andares ficava no topo de uma colina, onde se avistava toda a cidade, assim como toda a cidade a avistava.“

Uma louca aventura

Saímos de casa às cinco horas da manhã, estava tudo perfeito para

ADIVINHA O QUANTO TE AMO

Era hora de ir para a cama, e o Coelhinho se agarrou firme nas longas orelhas do Coelho Pai.

Ele queria ter certeza de que o Coelho Pai estava ouvindo.




- Adivinha quanto eu te amo? - disse ele.
- Ah, acho que isso eu não consigo adivinhar - respondeu o Coelho Pai.
- Tudo isso - disse o Coelhinho, esticando seus bracinhos o máximo que podia.

Só que o Coelho Pai tinha os braços mais compridos. E disse:
- E eu te amo tudo isto !

Huuum, isso é um bocado, pensou o Coelhinho.

- Eu te amo toda a minha altura - disse o Coelhinho.
- E eu te amo toda minha altura - disse o Coelho Pai.


Puxa, isso é bem alto, pensou o Coelhinho. Eu queria ter os braços compridos assim.

Então o Coelhinho teve uma boa idéia. Ele se virou de ponta cabeça, apoiando as patinhas na árvore.

- Eu te amo até as pontas dos dedos de meus pés!


- E eu te amo até as pontas dos dedos dos teus pés - disse o

Coelho Pai balançando o filho no ar.

- Eu te amo a altura de meu pulo! - riu o Coelhinho saltando, para lá e para cá.
- E eu te amo a altura do meu pulo - riu também o Coelho Pai e saltou tão alto que suas orelhas tocaram os galhos das árvores.

- Eu te amo toda a estradinha daqui até o rio - gritou o Coelhinho.
- Eu te amo até depois do rio até as colinas - disse o Coelho Pai.
É uma bela distância, pensou o Coelhinho.



Ele estava sonolento demais para continuar pensando.
Então ele olhou para além das copas das árvores, para a imensa escuridão da noite.

Nada podia ser maior do que o Céu.

- Eu te amo ATÉ A LUA! - disse ele, e fechou os olhos.
- Puxa, isso é longe disse o Coelho Pai. Longe mesmo!
O Coelho Pai deitou o Coelhinho na sua caminha de folhas. E então se inclinou para lhe dar um beijo de Boa Noite.
Depois, deitou-se ao lado do filho e sussurrou sorrindo:
- Eu te amo até a lua...IDA E VOLTA !

Fábula de Sam Mc Bratney

quinta-feira, 8 de julho de 2010

ASA BRANCA

ASA BRANCA

Quando oiei a terra ardendo
Qual a fogueira de São João
Eu preguntei a Deus do céu,ai
Por que tamanha judiação

Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão

Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
"Intonce" eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração

Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão

Quando o verde dos teus óio
Se espanhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração

TENTE OUTRA VEZ

CANÇÃO DO EXILIO

terça-feira, 6 de julho de 2010

As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade

NÃO DEIXE O AMOR PASSAR

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento,houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente: O Amor.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR.
Carlos Drummond de Andrade

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

De Primeiros cantos (1847)

Gonçalves Dias

Anseios (Florbela Espanca)

Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha que cais!
Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais,
Não valem o prazer duma saudade!
Tu chamas ao meu seio, negra prisão!
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbres o brilho do luar!...
Não 'stendas tuas asas para o longe...
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar...

Fumo (Florbela Espanca)

Longe de ti são ermos os caminhos,
Longe de ti não há luar nem rosas,
Longe de ti há noites silenciosas,
Há dias sem calor, beirais sem ninhos!
Meus olhos são dois velhos pobrezinhos
Perdidos pelas noites invernosas...
Abertos, sonham mãos cariciosas,
Tuas mãos doces, plenas de carinhos!
Os dias são Outonos: choram... choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, ó meu Amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos

Leitura, o grande desafio do ensino

Domínio da linguagem escrita, muito precário na escola e na sociedade em geral, é o grande desafio da educação brasileira
Rubem Barros

Dora é professora aposentada. Vive sozinha em um pequeno apartamento de classe média no Rio de Janeiro. Como o dinheiro é insuficiente, escreve cartas para analfabetos na estação Central do Brasil. Cobra R$ 1 pela redação e mais R$ 1 pelo envio. Via de regra, as histórias de vida que leva ao papel traduzem o desassossego e as esperanças de pessoas apartadas de suas famílias e de sua terra. E não resultam em comunicação, pois quase sempre terminam na lata do lixo.

Ponto de partida de Central do Brasil (1998), filme de Walter Salles ganhador do Urso de Ouro em Berlim, a história de Dora (Fernanda Montenegro) e do menino Josué (Vinicius de Oliveira), a quem ela acorre na busca pelo pai que ele não conhece, espelha algumas das questões centrais do acesso à leitura e ao letramento no Brasil. Mostra um enorme contingente de adultos que não dominam a escrita, as limitações de suas vidas em função disso, o pouco reconhecimento social destinado aos professores e o lugar ocupado pelas religiões para a construção de sentidos entre a população menos letrada.

A esses fatores somam-se outros que fazem do precário domínio da escrita e do parco entendimento da leitura problemas centrais da educação brasileira. Segundo dados de 2003 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apenas uma em cada 289 cidades do país tem uma população que, na média, permaneceu por oito anos ou mais na escola, tempo necessário, segundo a Unesco, para se atingir o alfabetismo funcional. E mais: 1.796 municípios (32,6% do total) apresentam população acima de 15 anos com escolarização média inferior a quatro séries concluídas.

Principal lócus promotor do aprendizado, a escola falha por não dialogar com o universo de origem dos alunos, invalidando suas experiências e expressões. Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas divulgada em abril, 20% dos jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola, 42% deles por desinteresse. Os resultados das avaliações de habilidades de leitura daqueles que permanecem são insatisfatórios. No Pisa 2000, prova internacional promovida pelos países-membro da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os 5 mil alunos brasileiros participantes ficaram em último lugar entre estudantes de 22 países, atingindo apenas o nível 1 de proficiência (de cinco possíveis). Na Prova Brasil de 2005, os alunos de 8ª série tiveram desempenho médio de 222,6 pontos em 500 possíveis, cinco a menos do que o aferido no Saeb de 2003, quando comparado o mesmo universo de participantes.

Já o Índice Nacional de Alfabetismo Funcional (Inaf), levantamento que avalia, em anos alternados, ora as habilidades de leitura e escrita, ora as matemáticas, mostrou em sua edição de 2005 que os alfabetizados plenos - aqueles que lêem textos mais longos e conseguem fazer relações e inferências - constituem 26% do total da população entre 15 e 64 anos, número idêntico ao aferido na primeira amostragem (2001).

Mas, se o problema é de proporções preocupantes, há variáveis novas, algumas alentadoras. Os anos 90 representaram um segundo momento de universalização do acesso à educação iniciado na década de 60. "Agora estamos convivendo com um aluno que antes se evadia depois de um ano de escola. E a educação tem de trazer respostas para isso", lembra o lingüista Paulo Mendes, consultor do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD).

Analfabetos

7% dos entrevistados pelo inaf*
64% do sexo masculino
77% têm mais de 35 anos
81% pertencem às classes D e E
60% completaram de um a três
anos de estudo

Entre as políticas públicas para o setor, uma das principais apostas é a instituição do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), articulado pelos ministérios da Educação e da Cultura em conjunto com diversos organismos da sociedade civil com vistas a integrar diversas iniciativas já existentes (veja texto na página 42). Uma das metas iniciais do PNLL é reduzir a zero, até o final de 2008, a cota de municípios brasileiros que não contam com nenhuma biblioteca. Hoje eles são 595.

Alfabetizados com nível rudimentar
Lêem apenas títulos e frases; localizam informações bem explícitas

30% dos entrevistados
39% têm entre 15 e 34 anos
64% pertencem às classes D e E
49% têm de 4 a 7 anos de estudo

Letramento entra em cena

Houve também uma significativa mudança conceitual com a entrada em cena da idéia de letramento ou níveis de alfabetismo, a partir da década de 80. Trocando em miúdos, deixou-se de lado a divisão entre indivíduos alfabetizados (capacitados para codificar e decodificar os elementos lingüísticos) e analfabetos. O letramento implica associar escrita e leitura a práticas sociais que tenham sentido para aqueles que as utilizam, além de pressupor níveis de domínio das práticas que exigem essas habilidades.

Experiências que investiram na alfabetização apenas visando dotar os indivíduos do domínio dos códigos, deixando-os depois à própria sorte, naufragaram. No Brasil, o grande exemplo foi o Mobral, programa de alfabetização de adultos levado a cabo nos governos militares, que teve alto grau de reversão do processo de alfabetização dos participantes. Recentemente, a China anunciou fracasso similar em programa desenvolvido entre 2000 e 2005. Os quase 10 milhões de beneficiários da ação viram as escolas fecharem após serem dados como alfabetizados. Acabaram por esquecer o que haviam aprendido.

A professora Magda Soares, pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), da UFMG, lembra que a entrada no mundo da escrita se dá por meio de dois passaportes. "Um é a tecnologia, que é aprender a codificar e decodificar, saber que a escrita representa os sons da língua, as relações de fonemas e grafemas etc. O outro é o uso dessa tecnologia. Apenas com um desses passaportes não se entra no mundo da escrita."

Subjacentes à idéia de letramento, existem no campo da educação duas correntes distintas, a liberal e a radical. A primeira adota o conceito de letramento funcional, voltado à integração do indivíduo à sociedade e ao mundo do trabalho, por meio dos desenvolvimentos cognitivo e econômico. A segunda, fortemente influenciada pelo educador Paulo Freire, acredita que leitura e escrita são meios de conscientização e transformação das realidades sociais.

Reflexo disso está presente no cruzamento dos resultados da prova do Pisa com as entrevistas. Há países em que a leitura é pragmática, mas os leitores declaram não gostar de ler, como na Coréia do Sul, que ficou em 7º lugar na prova. Já os brasileiros, apesar da sofrível capacidade leitora, estão entre os que declaram maior gosto pela leitura. "Ainda que se minta sobre o fato de gostar de ler ou de ganhar um livro de presente, a leitura é um valor de reconhecimento social, o que pode ser um ponto de partida", diz Vera Masagão, coordenadora de projetos da ONG Ação Educativa.

Hoje, não são poucos aqueles que, mesmo mais afeitos à idéia radical, consideram o modelo funcional como um avanço. "Chegar ao modelo adaptativo, para funcionar bem com uma sociedade global, não é uma conquista pequena, se for bem feita", acredita Roxane Rojo, lingüista da Unicamp. Mas alerta que a escola está distante das culturas locais e juvenis. "Há uma cisão radical entre o que é da escola e o que é da vida", diz.

O problema, no entanto, tem uma face mais complexa e não se restringe ao Brasil ou a países em desenvolvimento. "Vivemos uma crise da linguagem escrita. No final dos anos 80, estive no Centro de Estudo da Leitura, na Universidade de Urbana-Champaign, nos EUA, e verifiquei que as deficiências na leitura eram uma grande preocupação para os americanos e que havia programas de intervenção e pesquisa", diz a educadora portuguesa Isabel Alarcão.

Novas métricas

A própria existência do Inaf, realizado em conjunto pela Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro, é reflexo dessas mudanças no campo teórico. O Inaf é o primeiro instrumento voltado a medir o uso social da leitura em contexto não escolar. Como lembra Magda Soares, avaliações como o Saeb medem apenas o letramento escolar, avaliando os alunos por meio de questões de múltipla escolha. Já o Inaf vê, por meio de entrevistas, como o indivíduo se relaciona com o texto de uma revista - se e como busca as informações, como as relaciona etc.

Alfabetizados com nível básico
Lêem textos curtos, localizam informações explícitas ou que exijam pouca inferência

38% do total
53% são mulheres
40% pertencem à classe C
40% têm de 4 a 7 anos de estudo

Mesmo assim, ainda é um instrumento com limitações, alerta Vera Masagão. "O Inaf mede a dimensão cognitiva da leitura, e não a capacidade de leitura literária, por exemplo." Ou seja, para um diagnóstico mais preciso, seria necessário pesquisar mais a fundo as habilidades daqueles que hoje são considerados leitores plenos.

Para Magda Soares, da UFMG, três aspectos são centrais para desaguar nos baixos índices: ambiente familiar com escasso acesso ao livro, concorrência dos meios audiovisuais e formação inadequada dos professores. Quanto à influência familiar e dos meios audiovisuais, a escola pouco pode fazer, a não ser ampliar a noção de letramento, incorporando novos tipos de alfabetização (digital, audiovisual etc.). "A interferência que se pode fazer imediata e diretamente é a mudança na formação do professor. É difícil entender por que se faz isso tão lentamente ou não se faz", diz Magda.

Para outro militante histórico, Ezequiel Theodoro da Silva, presidente da Associação de Leitura do Brasil e ex-secretário de Educação de Campinas, o país avançou nos planos teórico, epistemológico e acadêmico desde o primeiro Congresso de Leitura (Cole), em 1980. "Há muitas obras e grupos de pesquisa dedicados à reflexão. O que não muda é a falta de infra-estrutura física e humana. A metade da rede escolar pública não tem biblioteca", afirma.

Extraido de: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12129


O que é o que é - Gonzaguinha

O Que É, O Que É?

Eu fico
Com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...

Viver!
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz...

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita...

E a vida!
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida
De um coração
Ela é uma doce ilusão
Hê! Hô!...

E a vida
Ela é maravilha
Ou é sofrimento?
Ela é alegria
Ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão...

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo...

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor...

Você diz que é luxo e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer...

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser...

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte...

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita...